O ENSINO DA ARTE NA PERCEÇÃO DO MUNDO

O impacto do ensino da arte (ou da falta dele) na percepção do mundo

Mais recente obra da escritora norte-americana Camille Paglia alerta para a degradação da arte contemporânea e o impacto social dessa degeneração na visão sobre o mundo. O artigo refere aspetos fundamentais da obra da autora e que se enquadram  no novo projeto designado “DESAFIOS d’ARTE”, que  a APEVT e a  Faber Castell vão promover no ano letivo 2022/2023, para as escolas do 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico,  tendo em vista desenvolver trabalhos de Artes Visuais, nas modalidades expressivas do Desenho e da Pintura, a partir da observação, interpretação e reflexão sobre as obras de arte de artistas.


“A arte é o casamento do ideal e do real. Fazer arte é um ramo da artesania. Artistas são artesãos, mais próximos dos carpinteiros e dos soldadores do que dos intelectuais e dos acadêmicos, com sua retórica inflacionada e autorreferencial. A arte usa os sentidos e a eles fala. Funda-se no mundo físico tangível.” – Camille Paglia, Imagens cintilantes

A escritora norte-americana Camille Paglia é conhecida por desafiar as ideias em voga nos mais diversos campos. Professora de Humanidades e Estudos Midiáticos da University of the Arts da Filadélfia, é autora de obras que misturam cultura pop, história da arte, sexualidade e os diferentes meios que tornam o homem um espectador: seja na frente da televisão, de um Pollock ou de sua própria vida.

Em sua mais recente obra, Imagens cintilantes – uma viagem através da arte desde o Egito a ‘Star Wars’ (Apicuri, 2014), Camille retorna ao local que a consagrou, a crítica à arte contemporânea. No livro, a autora analisa 29 obras que considera fundamentais na história da arte e afirma, com certa decepção, que os jovens deixaram ofícios como a pintura e a escultura para emprestar sua lealdade à tecnologia e ao design industrial.

Paglia resumiu o panorama que motivou a criação de Imagens cintilantes:

“O olho sofre com anúncios piscando na rede. Para se defender, o cérebro fecha avenidas inteiras de observação e intuição. A experiência digital é chamada interativa, mas o que eu vejo como professora é uma crescente passividade dos jovens, bombardeados com os estímulos caóticos de seus aparelhos digitais. Pior: eles se tornam tão dependentes da comunicação textual e do correio eletrônico, que estão perdendo a linguagem do corpo.”

De acordo com ela, esta degeneração gradativa da percepção/expressão tem um grande inimigo: o mercado – das galerias às instituições de ensino. Segundo a norte-americana, este mercado não é apenas um objeto a ser combatido, mas sim um profundo problema de visão sobre a vida, que parte, também, do espectador. Ensinado a enxergar o mundo apenas de forma política e ideológica, o homem contemporâneo teria perdido a esfera do sensível, do invisível, do metafísico. Este contexto de constante estímulo atinge a sociedade como um todo, como Camille argumenta logo na introdução da obra:

“A vida moderna é um mar de imagens. Nossos olhos são inundados por figuras reluzentes e blocos de texto explodindo sobre nós por todos os lados. O cérebro, superestimulado, deve se adaptar rapidamente para conseguir processar esse rodopiante bombardeio de dados desconexos. A cultura no mundo desenvolvido é hoje definida, em ampla medida, pela onipresente mídia de massa e pelos aparelhos eletrônicos servilmente monitorados por seus proprietários. A intensa expansão da comunicação global instantânea pode ter concedido espaço a um grande número de vozes individuais, mas, paradoxalmente, esta mesma individualidade se vê na ameaça de sucumbir.

Como sobreviver nesta era da vertigem? Precisamos reaprender a ver. Em meio à tamanha e neurótica poluição visual, é essencial encontrar o foco, a base da estabilidade, da identidade e da direção na vida. As crianças, sobretudo, merecem ser salvas deste turbilhão de imagens tremeluzentes que as vicia em distrações sedutoras e fazem a realidade social, com seus deveres e preocupações éticas, parecer estúpida e fútil. A única maneira de ensinar o foco é oferecer aos olhos oportunidades de percepção estável – e o melhor caminho para isso é a contemplação da arte.”

Ainda em seu texto introdutório, Camille critica as instituições de ensino por falharem completamente no ensino da visão que nos tiraria desta vertigem. Se precisamos reaprender a ver, as faculdades de arte, para ela, poderiam ser consideradas mais um empecilho do que uma parceira nesta tarefa. Leia, abaixo, o que ela tem dizer sobre isso a partir de excerto do livro Imagens cintilantes:

“É de uma obviedade alarmante que as escolas públicas norte-americanas têm feito um mau serviço na educação artística dos estudantes. Da pré-escola em diante, a arte é tratada como uma prática terapêutica – projetos com cartolina do tipo “faça você mesmo” e pinturas com os dedos para liberar a criatividade oculta das crianças. Mas o que de fato faz falta é um quadro histórico de conhecimentos objetivos acerca da arte. As esporádicas excursões ao museu, mesmo que haja um por perto, são inadequadas. Os cursos de história da arte deveriam ser integrados ao currículo do ensino primário, fundamental e médio – uma introdução básica à grande arte e a seus estilos e símbolos. O movimento multiculturalista que se seguiu à década de 1960 ofereceu uma tremenda oportunidade para expandir o nosso conhecimento do mundo da arte, mas suas abordagens têm com demasiada frequência sacrificado a erudição e a cronologia em favor de um partidarismo sentimental e de queixumes rotineiros.

Era de se esperar que as faculdades que oferecem cursos de artes liberais dessem ênfase à educação artística, mas não é esse o caso. O atual currículo, de estilo self-service, torna os cursos de história da arte disponíveis, mas não obrigatórios. Com raras exceções, as universidades abandonaram toda noção de um núcleo de aprendizado. Os departamentos de humanidades oferecem uma mixórdia de cursos feitos sob medida para os interesses de pesquisa dos professores. Tem havido um gradual eclipse, nos Estados Unidos, do curso de história geral da arte, que cobria magistralmente, em dois semestres, da arte das cavernas ao modernismo. Apesar de sua popularidade entre os estudantes, que se recordam deles como pontos culminantes em suas vivências universitárias, os cursos gerais são cada vez mais vistos como excessivamente pesados, superficiais ou eurocêntricos – e não há mais vontade institucional de estendê-los para a arte mundial.

Jovens professores, criados em meio ao pós-estruturalismo, com sua suspeita mecânica da cultura, consideram-se especialistas, e não generalistas, e não foram treinados para pensar sobre trajetórias tão vastas. O resultado final é que muitos alunos de humanidades se formam com pouco senso da cronologia ou da deslumbrante procissão de estilos que constituía a arte ocidental.

A questão mais importante acerca da arte é: o que permanece e por quê?

As definições de beleza e os padrões de gosto mudam constantemente, mas padrões persistentes subsistem. Defendo uma visão cíclica da cultura: os estilos crescem, chegam ao ápice e decaem para tornarem a florescer, num renascer periódico. A linha de influência artística pode ser vista claramente na cultura ocidental, com várias interrupções e recuperações, desde o Egito antigo até hoje – uma saga de 5 mil anos que não é (como diria o jargão acadêmico) uma “narrativa” arbitrária e imperialista. Grande número de objetos teimosamente concretos – não apenas “textos” vacilantes e subjetivos – sobrevivem desde a antiguidade e as sociedades que moldaram.

A civilização é definida pelo direito e pela arte. As leis governam o nosso comportamento exterior, ao passo que a arte exprime nossa alma. Às vezes, a arte glorifica o direito, como no Egito; às vezes, desafia a lei, como no Romantismo.

O problema com abordagens marxistas que hoje permeiam o mundo acadêmico (via pós-estruturalismo e Escola de Frankfurt) é que o marxismo nada enxerga além da sociedade. O marxismo carece de metafísica – isto é, de uma investigação da relação do homem com o universo, inclusive a natureza. O marxismo também carece de psicologia: crê que os seres humanos são motivados apenas por necessidades e desejos materiais. O marxismo não consegue dar conta das infinitas refrações da consciência, das aspirações e das conquistas humanas.

Por não perceber a dimensão espiritual da vida, ele reduz reflexivamente a arte à ideologia, como se o objeto artístico não tivesse outro propósito ou significado além do econômico ou do político.

Hoje, ensinam aos estudantes a olhar a arte com ceticismo, por seus equívocos, suas parcialidades, suas omissões e ocultos jogos de poder. Admirar e honrar a arte, exceto quando transmite mensagens politicamente corretas, é considerado ingênuo e reacionário. Um único erudito marxista, Arnold Hauser, em seu épico estudo de 1951, A história social da arte, teve bom êxito na aplicação da análise marxista, sem perder a magia e o mistério da arte. E Hauser (uma das influências iniciais do meu trabalho) trabalhava com base na grande tradição da filologia alemã, animada por uma ética erudita que hoje se perdeu.

A arte é o casamento do ideal e do real. Fazer arte é um ramo da artesania. Artistas são artesãos, mais próximos dos carpinteiros e dos soldadores do que dos intelectuais e dos acadêmicos, com sua retórica inflacionada e autorreferencial. A arte usa os sentidos e a eles fala. Funda-se no mundo físico tangível.

O pós-estruturalismo, com suas origens linguísticas francesas, tem a obsessão pelas palavras e, com isso, é incompetente para interpretar qualquer forma de arte além da literatura. O comentário sobre arte deve abordá-la e descrevê-la em seus próprios termos. Deve-se manter um delicado equilíbrio entre os mundos visível e invisível. Aqueles que subordinam a arte a uma agenda política contemporânea são tão culpados de propaganda e rigidez literal como qualquer pregador vitoriano ou burocrata stalinista.

Camille Paglia

 

ORGANIZAÇÃO ENSINO APRENDIZAGEM 2022/23

NESTA ÉPOCA as escolas organizam-se para preparar materiais pedagógico didáticos para o próximo ano.
 Embora os professores sempre tenham sido determinantes na gestão do currículo, a verdade é que hoje é preciso atribuir explicitamente  ao professor e à coordenação pedagógica uma muito maior autonomia e flexibilidade relativamente aos modos de organizar e conduzir os processos de ensino aprendizagem, que não se compatibiliza com planificações formais para todo o ano,  igual para todos os alunos, por vontade dos diretores e para “inglês ver”…
Os professores não são “correias de transmissão” entre programas ou manuais “prontos a usar”, são antes, profissionais que identificam e interpretam problemas educativos e procuram soluções para esses problemas, no quadro de orientações curriculares nacionais.
A  APEVT procura apoiar os professores da sua área educativa com materiais que sejam instrumentos para a ação, que sejam verdadeiramente materiais de apoio às práticas profissionais.
Nesse sentido, recordamos que podem consultar documentos sobre Organização e Gestão do Ensino Aprendizagem neste site htt://apepsvt.pt/recursos-2/

Recursos índice

  • Propostas de RECURSOS organizadas por ciclos de estudo
  • BLOCO D´IDEIAS  – “Desafios ideias criativas em Arte & Tecnologia
  • Organização e gestão do ENSINO APRENDIZAGEM
    • DOCUMENTOS INSTITUCIONAIS
  • PROPOSTAS DE ORGANIZAÇÃO DO ENSINO PARA O ANO LETIVO 2022/23
    • Planificação global anual
    • Planificação especifica de unidade de trabalho
    • Avaliação dos alunos ( exemplo segundo as Aprendizagens Essenciais)

 

 

NEWSLETTER

NEWSLETTER apevt – maio2022

 

SUMÁRIO

– SER PROFESSOR HOJE | Rede de apoio ao trabalho colaborativo em contexto escolar

– QUE EXPECTATIVAS  para uma nova legislatura?

– PERÍODOS OU SEMESTRES | Que benefícios para a escola?

– PROJETO DICA | Encontro Nacional, última etapa do projeto para este ano

– CENTRO FORMAÇÃO APEVT | Missão cumprida

– LIVRO recomendado

 

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PROJETO DICA

 

ULTIMA ETAPA DO PROJETO
Estamos a aproximar-nos do prazo limite para a submissão dos Projetos DICA.
Até dia 11 de maio, deverás submeter os projetos da(s) tua(s) equipa(s) na Área Reservada.
Para que o processo seja o mais ágil possível, preparámos algumas indicações que te poderão ajudar nesta etapa.
Projetos DICA | Formatos
Os projetos deverão ser submetidos nos seguintes formatos:

1º Escalão | A Grande Aventura – Estrelas do Amanhã
Apresentação interativa, entregue nas versões slide show (PowerPoint) mais recentes (Office 2007 – 2010)
2º Escalão | Partir à Descoberta – Tu és importante para a Comunidade
Videoclipe, em formato mp4, com uma resolução máxima de 1080p (FullHD) e duração entre 3 a 5 minutos.
3º Escalão | A Ação é o Coração do Projeto – Transformar o Mundo num lugar melhor
Vídeo-Reportagem, em formato mp4, com uma resolução máxima de 1080p (FullHD) e não deverá exceder 5 minutos.

Projetos DICA | Submissão
A submissão dos projetos é realizada na Área Reservada DICA, em Submissão de Projetos DICA. Aí, terás acesso ao Formulário de Submissão, onde poderás submeter até 10 equipas, num mesmo formulário.
Os projetos são submetidos através de link de partilha, sem validade. Sugerimos, para o efeito, a utilização da Google Drive (link partilhado), ou do Youtube (vídeo não listado). Disponibilizamos AQUI instruções de como o fazer, caso tenhas dúvidas.
Todos os projetos DICA deverão incluir a identificação da equipa (Nomes, idades, escola), quer sejam submetidos em vídeo ou apresentação interativa.
Projetos DICA | Encontro Nacional
Entre 11 e 18 de maio o júri procede à pré-seleção das nove equipas finalistas para que no dia 14 de junho, no ENCONTRO NACIONAL DICA, apresentarem e defenderem o seu projeto perante um júri alargado que premiará as três equipas vencedoras dos três escalões/ciclos de estudo.

Entramos na última etapa do projeto DICA, não é demais relembrar quem somos.

O que é

A partir de aprendizagens desencadeadas no âmbito de projetos de integração curricular em contexto STEAM – Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes & Matemática, os alunos iniciam uma aventura criativa de procura de ideias e soluções originais.
Os Desafios de Ideias Criativas em Ação vão proporcionar, através de trabalho colaborativo, uma experiência estimulante na criação de produtos que solicitem e desenvolvam Aprendizagens Essenciais e áreas de competência do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória.
Deseja-se que os produtos mobilizem diferentes manifestações artísticas, técnicas e científicas (pintura, desenho, escultura, fotografia, assemblage, colagem, fotografia, instalação, prototipagem, entre outros).
A apresentação/divulgação dos produtos finais, com a demonstração das várias etapas do processo de realização do projeto, apelam à utilização de tecnologias de produção multimédia, tais com apresentações interativas, videogramas e podcasts.
Os participantes, consoante o seu escalão, serão confrontados com DESAFIOS que desenvolvam ações de intervenção na COMUNIDADE, com ideias e soluções originais, sustentáveis e promotoras de qualidade de vida.

Público-Alvo
Alunos do 1.º, 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico, da rede pública ou privada, em território nacional e para as escolas dos países de língua oficial portuguesa.
Professores do 1º ciclo, em contexto letivo ou de enriquecimento curricular.
Professores de Expressão Plástica, Artes Visuais, Educação Visual, Educação Tecnológica e Desenho no âmbito das suas disciplinas, ou estes com professores de outras disciplinas curriculares integrados num projeto curricular.

Objetivos
DICA tem como objetivo o desenvolvimento de processos criativos em contexto escolar que promovam o pensamento crítico e criativo, o conhecimento, a valorização pelas aprendizagens interdisciplinares e a troca de experiências entre alunos, numa vasta diversidade de territórios educativos.
Caberá a cada equipa a identificação, desenvolvimento e execução de um projeto com vista a solucionar a questão de partida, mobilizando as várias etapas do processo artístico (pesquisa, investigação, criação e reflexão), assim como, processos e recursos tecnológicos que mobilizem a resolução de problemas (conceção, transformação, produção e avaliação) na realização de produções artísticas e tecnológicas.

Local & Duração
A 1ª edição do DICA decorre ao longo do ano letivo 2021/22, em qualquer instituição de ensino inscrita, da rede pública ou privada, em território nacional e para as escolas dos países de língua oficial portuguesa.  https://youtu.be/J6XZPqQn7Vs

Parabéns a todas as Equipas DICA!

 

NOVA LEGISLATURA 2022/26: QUE EXPECTATIVAS?

Expectativas sobre o ME

“Foi uma decisão sensata que foi bem recebida pelos professores e pelos pais. Entrou com o pé direito numa pasta que é muito complicada”. O novo ministro herda  muitos problemas para resolver. O maior é a escassez dos professores.  Tem de captar recursos humanos para a escola, motivar os atuais professores e tornar a profissão mais atrativa, com urgência. Tem que tratar da avaliação injusta e artificial; a gestão escolar; a precariedade, incluindo a questão dos colegas lesados da Segurança Social e vinculação pelas reais necessidades do sistema educativo;  a municipalização; as quotas de acesso ao 5.º e 7.º escalões, entre outras questões Rever o modelo de recrutamento de professores para potenciar a estabilidade no acesso à carreira e a vinculação mais rápida a quadro de agrupamento e de escola não agrupada, assim como os modelos de formação inicial de professores, possibilitando uma maior imersão da formação no contexto escolar, retomando a remuneração dos estágios profissionais, e a atualização científico pedagógica de professores que pretendam regressar à carreira.

As expectativas de um avanço social dos professores para esta legislatura consolida-se na concertação entre o ME e os  representantes dos professores e o estabelecimento de um Calendário de Negociações conducentes a soluções de curto e médio prazo para fazer face aos problemas.
Neste quadro o governo apresentou no seu programa para 2022/2026 um conjunto de ideias gerais  sobre o que pretende desenvolver durante a legislatura que tem agora o seu início.

Programa do Governo para a Educação

Um Pacto Social para a Educação: Educação de Qualidade para Todos

Nos últimos seis anos promoveram-se transformações no sistema educativo que tornam Portugal uma referência a nível mundial em várias dimensões e com impactos visíveis nos resultados. Uma política assente na melhoria das aprendizagens, na inclusão e na promoção de uma cidadania ativa produziu resultados traduzidos em indicadores robustos: uma redução significativa da taxa de abandono escolar precoce (de 13,7% em 2015 para 5,9% em 2021), tendo sido superadas as metas europeias; uma melhoria notável dos resultados escolares, com uma redução de mais de 70% nas taxas de retenção e desistência no ensino básico; um aumento de 14% das conclusões do ensino secundário em 3 anos. Estes resultados permitem que tenhamos hoje o maior número de alunos a frequentar o ensino superior da nossa história. Porém, a pandemia abalou o nosso sistema educativo, tal como os sistemas educativos de todo o mundo. O Governo respondeu aos desafios colocados, garantindo proteção social aos alunos e escolas de acolhimento e lançando instrumentos nacionais de suporte, como o Apoio às Escolas, o #EstudoEmCasa e a formação para o ensino a distância. Porém, houve impactos negativos e a necessidade de responder com mais meios, mais recursos humanos e com um reforço da autonomia das escolas. O plano de recuperação das aprendizagens 21|23 Escola+, o Plano de Ação para o Desenvolvimento Digital das Escolas e as medidas inscritas no PRR são instrumentos para a necessidade de trabalhar algumas dimensões curriculares com mais intensidade, o papel das competências sociais e emocionais na aprendizagem e na recuperação, a importância dos apoios aos alunos mais vulneráveis e a urgência da transição digital (para diversificar oportunidades de aprendizagem mesmo em situações de afastamento físico forçado, durante ou após a pandemia). 33Face ao risco que representam as desigualdades agravadas pela pandemia, o país precisa de continuidade e estabilidade nas políticas públicas de educação, respondendo às novas necessidades e dando o melhor aproveitamento aos novos recursos. Para isso, o Governo propõe a construção de um “Pacto Social para a Educação: Uma Educação de Qualidade para Todos”. Para tal, quer mobilizar os profissionais, os pais e encarregados de educação, os estudantes, os parceiros sociais e as forças políticas, a academia e as comunidades. Esta construção de convergências será potenciada pela identificação de fatores estratégicos, com os quais nos comprometemos, tais como a boa governação na educação, o trabalho com os profissionais da educação, a luta pelo combate às desigualdades através da Educação, a contínua melhoria das aprendizagens e a participação dos alunos no processo educativo.

 

Autonomia das escolas, descentralização e desburocratização

O caminho, feito nos últimos seis anos, de alargamento do espaço de decisão das lideranças escolares e dos professores, tem vindo a dar frutos para o sucesso escolar. A resposta das comunidades educativas aos novos desafios que a pandemia trouxe demonstrou, mais uma vez, que a autonomia amplia a capacidade das escolas para responder adequada e atempadamente ao contexto local e à dinâmica das circunstâncias. Assim, o Governo irá:

  • Continuar o reforço da autonomia curricular e organizativa das escolas, aprofundando e generalizando medidas previstas no plano 21|23 Escola+, para a recuperação das aprendizagens comprometidas pelas dificuldades que se verificaram na pandemia;
  • Pilotar experiências de autonomia administrativa e financeira das escolas, associadas a medidas de avaliação de eficiência e eficácia na gestão;
  • Reforçar o modelo de autonomia, administração e gestão das escolas, perspectivando uma maior participação e integração de toda a comunidade educativa, a valorização das lideranças intermédias e o reforço da inserção da escola na comunidade (onde a autonomia reforça a escola e a descentralização reforça a proximidade e qualifica o contexto da comunidade educativa);
  • Acompanhar o processo de descentralização de competências para os municípios, assegurando a autonomia pedagógica plena das escolas e o cumprimento do objetivo de alívio de tarefas administrativas;
  • Proceder, no âmbito do SIMPLEX, ao desenho de um modelo de interoperabilidade de sistemas e plataformas eletrónicas das estruturas orgânicas do Ministério da Educação;
  • Redução das tarefas burocráticas que constrangem a atividade educativa dos docentes;
  • Avaliar a organização do sistema educativo e a sua adequação às necessidades presentes e futuras.

 

Garantir à escola pública os professores necessários à sua missão

Nos últimos anos tem existido um investimento nos profissionais da escola pública, desde docentes a técnicos especializados, passando pelo pessoal não docente, em várias dimensões: aumento do número de profissionais nas escolas, combate à precariedade e promoção da vinculação, descongelamento das carreiras e voltando às progressões, investimento na formação contínua, devolução aos docentes de um papel mais ativo no desenvolvimento curricular importa continuar e ampliar esse esforço. No caso concreto dos docentes, o diagnóstico de necessidades docentes a curto e médio prazo (5 e a 10 anos) indica a necessidade de uma resposta determinada. Com o objetivo de garantir à escola pública, de forma sustentável, os professores em número, qualidade e motivação necessárias à sua missão, o Governo irá:

  • Alterar o regime de recrutamento, com a introdução de fatores de estabilidade reforçada no acesso à carreira e no desenvolvimento dos projetos pedagógicos, com a redução da mobilidade entre escolas, sempre que se justifique, com a vinculação direta em quadro de agrupamento ou quadro de escola e com a reorganização dos quadros de zona pedagógica (permitindo reduzir as respetivas áreas geográficas, quando adequado);
  • Estabelecer um contrato programa com Instituições de Ensino Superior para desenvolver um modelo de formação de professores coerente com as necessidades e que confira capacidade formativa às instituições, incluindo alterações no modelo de estágios profissionais, que voltarão a ser remunerados.
  • Desenvolver um programa de atração de titulares com habilitação profissional para a docência, mediante condições de estabilidade, e será revisto o regime de habilitações para a docência

.    • Criar incentivos à carreira docente e ao desenvolvimento de funções docentes dirigidos às zonas do país onde a oferta é escassa e onde a partilha de recursos se mostre fundamental para a manutenção de oferta       educativa e formativa.

 

Combate às Desigualdades através da Educação

É sabido que as desigualdades socioeconómicas continuam a ser o principal preditor do insucesso escolar, mas sabemos igualmente que também aí não há determinismo e que podemos agir no sentido de tornar menos desiguais as condições de acesso e de sucesso na escola. Importa, pois, continuar a aposta na inclusão de todos os alunos, abandonando conceções de escola centradas numa segregação dos que têm mais dificuldades.

O caminho para a escola inclusiva, que, como o Plano 21|23 Escola+ prevê, será robustecida pela capacitação das escolas e com novos programas de apoio às aprendizagens e ao desenvolvimento de competências socioemocionais, será continuado através das seguintes medidas:

  • Consolidar os apoios tutoriais, generalizando-os a todos os alunos com dificuldades atestadas nos instrumentos de aferição e com especial atenção aos impactos da pandemia;
  • Dar continuidade ao reforço das políticas de Ação Social Escolar, estabelecendo-as como ferramentas fundamentais de combate às desigualdades e ao insucesso escolar;
  • Reabilitar as residências escolares, instituindo a gratuitidade da sua utilização durante a escolaridade obrigatória, estudando também a possibilidade de acolher professores deslocados;
  • Implementar um Programa de Apoio a famílias vulneráveis, desenvolvendo redes permanentes de apoio à infância e à juventude, de base autárquica, que articulem e tornem eficaz a ação da escola, da família e da segurança social no terreno;
  • Concluir o processo de renovação do Programa Territórios Educativos de Intervenção Prioritária, com condições especiais de estabilização das equipas pedagógicas, reforço da abordagem comunitária à vulnerabilidade das crianças e jovens e com maior acompanhamento no desenvolvimento de projetos educativos inovadores e diversificados;
  • Reforçar a orientação vocacional dos alunos, garantindo que as escolhas dos percursos concorram para a promoção do sucesso escolar;
  • Promover o contributo de todos os programas e medidas na área da educação para a inclusão efetiva dos alunos mais vulneráveis (Plano Nacional de Leitura, Plano Nacional das Artes, Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania, entre outros);
  • Continuar a produção de indicadores que elejam a mobilidade social e a promoção da equidade como um dos principais instrumentos de avaliação da qualidade das escolas.

 

Melhoria das Aprendizagens

O Programa Nacional para a Promoção do Sucesso Escolar, instituído em 2016, assumiu que o êxito não se traduz apenas numa melhoria estatística dos resultados, mas fundamentalmente na avaliação da qualidade do que se aprende, pelo que se desenharam estratégias integradas assentes em princípios como a diferenciação pedagógica, a identificação de competênciaschave, inscritas no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, a melhoria qualitativa dos instrumentos de aferição, a melhoria e diversificação das estratégias de aprendizagem e, sobretudo, a ação ao primeiro sinal de dificuldade. Apostados na estabilidade e consolidação destas medidas, importa continuar o trabalho iniciado, com resultados positivos atestados, através das seguintes dimensões:

  • Começar cedo: o Concluir as Orientações Pedagógicas para a Creche e continuar a disponibilização da oferta da educação pré-escolar de qualidade para todos;o Criar mecanismos para que se possam identificar precocemente dificuldades de aprendizagem, para desenvolver imediatamente estratégias que evitem o avolumar de problemas;

 

  • Aprender bem: o Investir na formação científico pedagógica dos professores, em particular nas didáticas específicas, na atualização científica, na utilização de recursos digitais e ambientes inovadores de aprendizagem; o Divulgar práticas pedagógicas de qualidade, fomentando a partilha entre escolas das estratégias que melhor garantem a construção de conhecimentos e o desenvolvimento de competências;o Continuar o reforço do ensino experimental das ciências, com a generalização dos Clubes Ciência Viva na Escola; o Concluir o processo de modernização e atualização do ensino da matemática, incluindo o ensino da computação; o Aprofundar, nas escolas, a literacia em saúde e bem-estar; o Dar continuidade ao programa de transição digital na educação, através do reforço previsto no PRR de instrumentos e meios de modernização tecnológica (infraestruturação, criação de laboratórios digitais, melhoria da internet das escolas, manutenção de equipamentos e redes), a que se associam os planos pedagógicos para a sua potenciação plena – sempre na ótica do digital ao serviço das aprendizagens e nunca como substituto da relação educativa como relação humana social; o Promover a generalização das competências digitais de alunos e dos professores, apostando na digitalização dos manuais escolares e outros instrumentos pedagógicos, promovendo modelos de aprendizagem ativos, potenciando a articulação com o universo social e empresarial, numa perspetiva produtiva, criativa e transformadora e fomentando o espírito de observação, experimentação, inovação e construção de conceções alternativas; o Modernizar o Ensino Profissional, mediante a criação dos Centros Tecnológicos Especializados e aprofundando a adequação da oferta às necessidades sociais, locais e das empresas, introduzindo novas complementaridades e parcerias entre a oferta das escolas e de outros parceiros; o Diversificar as formas de organização do Ensino Secundário, através da permeabilidade entre ofertas formativas e da exploração de percursos formativos próprios adequados aos interesses específicos dos alunos; o Reforçar o Plano Nacional de Promoção do Sucesso Escolar, especialmente ao nível do ensino secundário, onde se encontra o principal foco de insucesso; o Avaliar a melhoria a introduzir no acesso ao ensino superior, com vista à separação entre a certificação do ensino secundário e o acesso ao ensino superior e à valorização de todas as vias e percursos de ensino.

 

  • Aprender sempre: o Aprofundar o Programa Qualifica como chave para a elevação de qualificações da população adulta, assim como a permanente adequação aos novos desafios do mercado de trabalho; o Continuar as parcerias para que sejam alargados os pontos locais de contacto do Programa Qualifica e os programas específicos (na Administração Pública, nas empresas); o Concluir a revisão do Catálogo Nacional de Qualificações, flexibilizando e adaptando-o a novas necessidades e qualificações emergentes, atualizando também os referenciais de formação, para garantir uma maior relevância das aprendizagens; o Erradicar as bolsas de analfabetismo e promover a aprendizagem da língua portuguesa junto das comunidades imigrantes através de planos conjuntos entre escolas-municípios-delegações do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

ANO LETIVO EM DOIS SEMESTRES | QUE BENEFÍCIOS?

O Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho, estabelece o currículo dos ensinos básico e secundário, os princípios orientadores da sua conceção, operacionalização e avaliação das aprendizagens, de modo a garantir que todos os alunos adquiram os conhecimentos e desenvolvam as capacidades e atitudes que contribuem para alcançar as competências previstas no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória.

O referido decreto-lei confere autonomia às escolas para reorganizarem turmas, horários, matriz curricular, programas e calendário escolar, ou seja, para romperem com a legislação que determina muitas das normas que regem as escolas.

Hoje subsistem escolas com o ano letivo dividido em três períodos e  escolas que dividiram o ano letivo em dois grandes períodos e pausas intercalares – uma semana extra de férias em novembro, durante as reuniões intercalares, e outra no final de janeiro, nas reuniões de avaliação do primeiro semestre.

Se por um lado os “alunos não desesperam por férias, sabem que de mês a mês têm períodos de pausa”, também na divisão semestral, os alunos têm o mesmo número de aulas, mas as pausas são mais equilibradas.

Ao favorecer o reforço da avaliação contínua na gestão do processo de ensino e o desenvolvimento de estratégias promotoras de aprendizagens significativas pelos alunos,  o calendário escolar desenvolve-se em dois semestres com o mesmo número de dias, cumprindo:

  • a duração do ano letivo;
  • as datas de início e final do ano letivo;
  • o número de dias de aulas e o número de dias de interrupções letivas;
  • o respeito das datas festivas do Natal e Páscoa.

Calendário

Interrupções das atividades letivas para os ensinos básico e secundário
Interrupções Início Termo
1.ª 22 de novembro de 2021 23 de novembro de 2021
 2.ª 23 de dezembro de 2021 31 de dezembro de 2022
3.ª 31 de janeiro de 2022 2 de fevereiro de 2022
4.ª 11 abril 2022 18 abril 2028

 

A redução a dois momentos de avaliação poderá contribuir, de alguma forma, para aumentar a motivação dos alunos no segundo semestre. No modelo tradicional, quando têm negativa no segundo período, já sabem que será muito difícil recuperar num terceiro período muito curto.

A organização do ano letivo em torno dos feriados religiosos – em particular da Páscoa, que muda todos os anos – acaba por ir ao encontro das críticas feitas. Contudo, atualmente, a adoção dos semestres  resulta de um memorando de entendimento assinado pelos diretores e os Municípios e o  Ministério da Educação, após parecer favorável dos conselhos pedagógicos e conselhos gerais dos agrupamentos. Há outros concelhos onde isto já acontece, nomeadamente no distrito de Lisboa, mas no país ainda não são assim muitos.

O novo formato organizacional pretende acabar com um conjunto alargado de dificuldades que se considera que poderão ser um entrave a todo o processo de ensino e aprendizagem das nossas crianças e jovens, tais como:

  • desequilíbrio no número de dias de cada período letivo; burocratização do sistema de ensino;
  • excessivas reuniões de avaliação sumativa que sobrevaloriza a avaliação das aprendizagens em detrimento da avaliação para as aprendizagens;
  • a focalização, por parte dos encarregados de educação, na avaliação quantitativa dos alunos e não na qualidade das suas aprendizagens.

Adaptado de Labor.pt Semanário, 2021

SER PROFESSOR HOJE | Rede de apoio ao trabalho docente

SER professor hoje| Rede de apoio ao trabalho colaborativo dos professores em contexto escolar

 

“Um pássaro não voa dentro de água. Um peixe não nada em terra. Um professor não se forma nos atuais ambientes universitários, nem em ambientes escolares medíocres e desinteressantes.”
 (António Nóvoa, Escola e Professores, Proteger-Transformar-Valorizar, 2022)

 

A profissão de professor está em crise em bastantes países europeus, incluindo Portugal. Há uma constante falta de docentes nas escolas, a profissão não é atraente, é mal remunerada, o corpo docente está cada vez mais envelhecido e há poucas oportunidades na progressão de carreira.

Nos últimos 10 anos a percentagem de diplomados no Ensino Superior nos cursos de Educação caiu de 8,6% em 2011 para 5% em 2020, colocando mais uma vez Portugal abaixo da média da UE e da OCDE. Contudo, não é só a percentagem de diplomados no Ensino Superior que cai; a própria escolha na licenciatura também tem caído. Desde 2010/2011 até 2019/2020, foram menos 52,4% os inscritos nos cursos superiores de educação.

Atualmente a formação de professores ainda deixa muito a desejar. Existe uma certa incapacidade para colocar em prática conceções e modelos inovadores. As instituições ficam fechadas em si mesmas.

Por outro lado, manter-se atualizado sobre as novas metodologias de ensino e desenvolver práticas pedagógicas mais eficientes são uns dos principais desafios da profissão. Concluir a formação inicial é apenas uma das etapas do longo processo de capacitação. O melhor lugar para aprender a lecionar melhor é a própria escola. Segundo NOVOA, A. “A produção de práticas educativas eficazes só surge de uma reflexão da experiência pessoal partilhada entre os colegas”, afirma ainda que “a bagagem teórica terá pouca utilidade, se não se fizer uma reflexão global da própria profissão. Ao mesmo tempo, é preciso combater a mera reprodução de práticas de ensino, sem espírito crítico ou esforço de mudança.

Os anos iniciais da profissão definem, positiva ou negativamente, grande parte da carreira. É inaceitável que uma pessoa que acabou de se formar fique encarregada das piores turmas, muitas vezes sem apoio nem acompanhamento. Quem está começando precisa, mais do que ninguém, de suporte metodológico, científico e profissional.

Historicamente, os docentes desenvolveram identidades isoladas. Falta uma dimensão de grupo, que rejeite o corporativismo e afirme a existência de um coletivo profissional. NOVOA, A. refere-se “à participação nos planos de regulação do trabalho escolar, de pesquisa, de avaliação conjunta e de formação continuada, para permitir a partilha de tarefas e de responsabilidades. As equipes de trabalho são fundamentais para estimular o debate e a reflexão. É preciso ainda participar em movimentos pedagógicos que reúnam profissionais de origens diversas em torno de um mesmo programa de renovação do ensino”.

A proposta de um trabalho em rede regional e nacional, em coordenação com o regime jurídico de formação continua de professores e a formação inicial podem consolidar sistemas de ação coletiva no seio do professores. Não se trata de adesões ou ações individuais, mas da construção de culturas de cooperação. O esforço de pensar a profissão em grupo implica a existência de espaços de partilha além das fronteiras escolares. Trata-se da participação em movimentos pedagógicos, da presença em dinâmicas mais amplas de reflexão e da intervenção no sistema de ensino. No passado, esses movimentos tiveram um papel insubstituível na afirmação social da classe. Hoje, são decisivos para a sua renovação.

A formação é algo que pertence ao próprio sujeito, Paulo Freire explica-nos que ela nunca se dá por mera acumulação. É uma conquista feita com muitas ajudas: dos mestres, dos livros, das aulas, dos computadores. Mas depende sempre de um trabalho pessoal. Ninguém forma ninguém. Cada um forma-se a si próprio.

A pertinência das Redes, de equipas de trabalho colaborativo e estágios integrados reside na compreensão da contribuição específica dos professores e na identificação da cultura profissional docente.

 

Adptação de Nova Escola, “Professor forma-se na escola”,  Paola Gentile, 2001

ESCOLA & PROFESSORES | Proteger, Transformar, Valorizar

Um livro de grande sucesso, escrito por Idriss Aberkane, afirma que “já não estamos no

tempo da educação de stocks mas antes da educação de fluxos, e por isso devemos interessar-nos

sobretudo pela dinâmica da aprendizagem e não pelo stock de saberes” (2018 Stanislas Dehaene (2018).

 

Hoje Presidente do Conselho Científico da Educação Nacional em França, considera os quatro pilares da aprendizagem:

a atenção; o envolvimento activo; a detecção dos erros e a recompensa; e a consolidação.

Vale a pena voltar, por um instante, ao famoso texto de John Dewey, O meu credo pedagógico. Como se sabe,

é um dos primeiros apontamentos, logo em 1897, de um movimento que, na Europa, ficará conhecido como Educação Nova.

Neste credo já estão presentes alguns elementos que se tornarão populares na literatura pedagógica do século XX:

a autonomia dos educandos, nomeadamente na sua relação com o estudo e as aprendizagens; a valorização da comunicação,

do diálogo e da cooperação entre os alunos; uma escola ativa, isto é, baseada numa lógica de trabalho, de investigação

e de criação; uma concepção aberta de comunidade educativa, ligando a escola à sociedade.

 

A valorização do espaço público da educação é fundamental para inscrever toda a sociedade no esforço de educar,

como se defende, por exemplo, no movimento das “cidades educadoras”. É impossível prolongar uma

concepção fechada da escola. Este é outro ponto central da metamorfose da escola … Educar humanos.

Ninguém pode fazer a viagem por nós. Permitam-me uma afirmação evidente, mas para alguns inaceitável: a missão de um

professor de Matemática não é ensinar Matemática, é formar um aluno através da Matemática.

Estaria eu, por esta via, a diminuir a importância da Matemática e do seu ensino?

De modo nenhum. Estou a afirmar precisamente o contrário, que a sua necessidade é tão grande que, sem Matemática, não é possível a educação de um ser humano.

Será que, pela primeira vez na história, iremos conceber a educação não como preparação para a vida e para o trabalho,

mas como uma atividade inerente à condição humana? Será que a educação deixará de ser pensada, primordialmente,

para as primeiras idades, prolongando-se “ao longo da vida”, e passará a desenvolver-se numa dinâmica intergeracional?

 

A matriz curricular que predominou no século XX está esgotada. Se olharmos para as dinâmicas contemporâneas da ciência

e da arte, facilmente encontraremos novos entrelaçamentos disciplinares.

O ensino deve organizar-se por grandes temas (Opertti, 2021).

As metáforas do laboratório e do atelier podem ajudar-nos a definir os novos ambientes escolares. No laboratório, trabalha-se,

em conjunto, estuda-se a realidade, resolvem-se problemas. No atelier, dá-se largas à expressão e à imaginação, cria-se,

antecipa-se o futuro.

 

Estratos do livro Escola E Professores
Proteger, Transformar, Valorizar
António Nóvoa, Salvador da Baía, 2022

https://rosaurasoligo.files.wordpress.com/…/antonio…

ESCOLA, EDUCAÇÃO e ARTES VISUAIS: Que desafios curriculares?

Texto síntese sobre as perguntas formulados pelo Prof. Dr. Rui Trindade no  COLÓQUIO, “Escola, Educação e Artes Visuais: Que desafios curriculares?” e as resposta do presidente da APEVT, professor Carlos Gomes

Pergunta 1: – No caso dos projetos de educação escolar que se relacionem com as disciplinas vinculadas às Artes Visuais, gostaria de saber quais os benefícios e os prejuízos decorrentes da revogação dos programas e das metas curriculares e sua substituição pelas ‘Aprendizagens Essenciais’? Que exemplos permitem ilustrar os eventuais benefícios e prejuízos?

TRADIÇÃO PROGRAMÁTICA NA ÁREA CURRICULAR DAS ARTES VISUAIS

Para que se compreenda melhor a justiça da revogação das Metas Curriculares e sua substituição pelas ‘Aprendizagens Essenciais’, refiro alguns pressupostos concetuais das Orientações Curriculares de Educação Visual / Artes Visuais das últimas quatro décadas.

Ao contrário de uma dimensão curricular baseada na prescrição de matérias e da ordem do ensino, os programas da EV, fixaram-se sempre e deliberadamente a um nível de grande abertura e flexibilidade.

Podemos ler no Programa de EVT 2.º CEB de 1991, vol.1, página 205 “Mais do que acumular conhecimento, interessa que o aluno compreenda a forma de chegar a esses conhecimentos mais do que conhecer soluções para os vários problemas, interessa ao aluno interiorizar processos que lhe permitam resolver problemas”[i].

Também no Programa de EV 3.º CEB de 1991, vol.2, página 14 afirma-se Assim os conteúdos surgirão como uma necessidade, integrada no processo, não constituindo matéria de lições isoladas” e mais à frente referindo-se aos conteúdos apresentados, “A listagem não pretende enumerar conteúdos obrigatórios, mas, apenas, partindo dos mais provavelmente necessários, sugerir uma organização do processo de aprendizagem”.

Para além destes pressupostos concetuais, também as metodologias propostas tinham por base o desenvolvimento de aprendizagens em torno da resolução de problemas para o 2-º CEB e para o 3.º CEB o processo de design.

Acresce sublinhar que, já na década setenta a abordagem das disciplinas era realizada através de Campos temáticos – Ambiente (Natureza; Defesa do ambiente; Património; Território; Arquitetura, etc.), Comunidade (Trabalho; Saúde; Publicidade; Mobilidade; Cultura. etc.) e Equipamento (Pessoal; Escolar; Urbano, etc.), que se constituíam como áreas de observação e prospeção do meio envolvente de onde emergiam temas para o trabalho com os alunos, entre outros caminhos de descoberta.

Em 2001 são homologadas as Competências Essenciais que seguem e aprofundam a linha de pensamento educativo numa perspetiva “Construtivista”. Para além das competências específicas de cada disciplina, define um conjunto de competências gerais que correspondem a um Perfil de Saída do Ensino Básico.

METAS CURRICULARES VS COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

Em contraponto a esta continuidade ocorreu uma rotura na legislatura 2011/2015. As Metas curriculares centradas no ensino e na matéria, versus na aprendizagem e no processo, conformaram um retrocesso no paradigma do currículo que se flexibiliza e constrói no contexto das realidades escolares, locais e regionais.

Como podemos ler no “Parecer APEVT”, Funchal, 2012 “Os conceitos formalistas e funcionalistas do processo de desenvolvimento da aprendizagem presente nas Metas não apresentam uma evolução curricular e programática da Educação Visual, mas representam um retrocesso aos modelos educativos dos anos 60, do século XX.

Podemos ler no Despacho n.º 5306/2012,[ii] o seguinte: “Para cada disciplina e para cada etapa, devem identificar-se, de forma clara: Os conteúdos fundamentais que devem ser ensinados aos alunos; A ordenação sequencial ou hierárquica dos conteúdos ao longo das várias etapas de escolaridade; Os conhecimentos a adquirir e a desenvolver pelos alunos; Os padrões / níveis esperados de desempenho dos alunos que permitam avaliar o cumprimento dos objetivos.” 

RETOMAR O CAMINHO…

A partir de 2016 retomou-se o caminho. Se houve dúvidas o Decreto-Lei n.º 55/2018[iii] é absolutamente claro ao afirmar no seu preâmbulo: “…é necessário desenvolver nos alunos competências que lhes permitam questionar os saberes estabelecidos, integrar conhecimentos emergentes, comunicar eficientemente e resolver problemas complexos.

Impulsionados por tais desafios e correspondendo a esta necessidade, após amplo debate nacional que envolveu professores, académicos, famílias, parceiros sociais e alunos, foi aprovado o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, que estabelece a matriz de princípios, valores e áreas de competências a que deve obedecer o desenvolvimento do currículo (grupo de trabalho a que eu tive a honra de pertencer). No articulado da lei destacavam-se princípios como: Uma escola inclusiva, promotora de melhores aprendizagens para todos os alunos; realização de aprendizagens significativas e o desenvolvimento de competências; a promoção de capacidades de pesquisa, relação, análise, o domínio de técnicas de exposição e argumentação, a capacidade de trabalhar cooperativamente e com autonomia, etc.

Estavam lançadas as bases da mudança, o despacho que designei como “DL55 – O Manifesto Anti Crato”.

Homologadas as Aprendizagens Essenciais é posto em marcha o projeto de Autonomia e Flexibilidade Curricular.

A SOPA DE PEDRA

Contudo, de 2017 até 2021 coexistiram como Orientações Curriculares as Metas Curriculares e as Aprendizagens Essenciais, dois modelos de ensino completamente antagónicos.

Trabalhar por conteúdos sequenciais, independentemente do contexto educativo, é trabalhar num modelo de ensino aquisitivo e normativo que visa a prestação de prova (problemática dos exames), oposto a um modelo de aprendizagem com flexibilidade e integração curricular adequada aos contextos e realidades vividas em cada situação de ensino.

Esta situação levou a que as Metas Curriculares tivessem preponderância em detrimento das Aprendizagens Essenciais, uma vez que estas últimas são bem mais exigentes na gestão pedagógico didática para o professor.

Não faltaram exemplos de “sopa de pedra”, como as planificações enviadas pelas editoras às escolas com o firme propósito de salvar os manuais estruturados a partir das Metas Curriculares de forma sequencial, funcionando como planificador do ensino, em contraciclo com o paradigma da flexibilidade e do trabalho com projetos.

Estes pressupostos pedagógicos têm ainda maior relevância e pertinência na área artística dado o caráter específico e a suposta ênfase dada à individualidade e ao processo criativo.

CLARIFICAÇÃO E COERÊNCIA

O despacho n.º 6605-A/2021[iv], cito, “procede à definição dos referenciais curriculares das várias dimensões do desenvolvimento curricular, incluindo a avaliação externa. O Programa do XXII Governo Constitucional prossegue as medidas de política educativa iniciadas na legislatura anterior, priorizando a melhoria da qualidade das aprendizagens e a inclusão, garantindo-se o acesso ao currículo a todos os alunos.

Na prática, acabam as Metas Curriculares e os Programas estabelecendo como referenciais curriculares as Aprendizagens Essenciais e o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória a partir do ano letivo 2021/2022.

Assim, acaba a “sopa de pedra” e estabelece-se a coerência pedagógica!

– Agora, institucionalmente, o aluno volta a estar no centro do processo de aprendizagem.

– Agora já não há desculpas para a programação sequencial, extensa e intensa do ensino aprendizagem nas Artes Visuais.

– Agora há mais espaço para as metodologias ativas, o projeto e o trabalho interdisciplinar, adequados aos contextos e realidades vividas em cada situação de ensino.

 

Pergunta 2: – O que responde às críticas daqueles que defendem estarmos perante um equívoco pedagógico, dado que a revogação dos programas e a eleição do PASEO, da ENEC e das ‘Aprendizagens Essenciais’ corresponde a uma decisão política que exprime o nivelamento por baixo das exigências e dos desafios curriculares e, por isso, corresponde a uma atitude pedagógica facilitista, expressão de um processo de demissão cultural e educativa das escolas, em nome de uma Escola mais Inclusiva?

“O MITO URBANO DO FACILITISMO”

Comecemos pelo jogo de terminologia

As Aprendizagens Essenciais dizem respeito ao conjunto essencial de conhecimentos, capacidades e atitudes ESTRUTURANTES de cada área/disciplina de saber.

Não são os mínimos a atingir para a aprovação de um aluno, são a base comum de escolaridade.

Por último, as Aprendizagens Essenciais têm como referencial o Perfil dos Alunos.

No momento de equacionar e de fundamentar o que é relevante, adequado e exequível no contexto dos diversos níveis de decisão, é possível e desejável encontrar no Perfil as orientações significativas.

Outro aspeto é o que implica trabalhar com competências?

A competência faz referência a um conjunto integrado de conhecimentos (Saber), capacidades ou habilidades (Saber Fazer) e atitudes (Saber Ser).

Estas combinações complexas são bem mais difíceis na organização do processo de ensino aprendizagem, uma vez, que implicam operacionalização de “metodologias ativas” que proporcionem a mobilização dos saberes em ação. Por isto, as Aprendizagens Essenciais da Educação Visual apresentam-se em Domínios Organizadores, que induzem a uma metodologia de trabalho investigativo (pesquisa, experimentação e reflexão).

Em conformidade o ensino organiza-se segundo enunciados genéricos de abordagem disciplinar a partir de temas; situações/problema; fenómenos, etc., com o propósito de flexibilizar as APRENDIZAGENS que serão requeridas pelas ATIVIDADES (que não são mais que ações estratégicas orientadas para o Perfil dos Alunos).

Ora, todo este modo de trabalho pedagógico conduz a uma maior responsabilização dos professores na adequação e gestão dos saberes, visando o alargamento progressivo e integrado das aprendizagens dos alunos nos diferentes ciclos de estudo da escolaridade obrigatória (gestão vertical dos “conteúdos”).

– Este tipo de ensino, que apela para que o professor seja um gestor do currículo, será um facilitismo?

– E estas metodologias serão menos ou mais exigentes para o aluno?

O princípio de que cabe ao professor a responsabilidade de “ensinar” e ao aluno a tarefa de “reter” o que foi explicado, em vez de descodificado e apropriado, criou uma dependência tão enraizada nas rotinas escolares dos nossos dias, que o aluno, feliz por não ter de pensar muito, a vê como um direito e não como uma desvalorização da sua inteligência.

A centralidade do ensino nos alunos exige maior envolvimento e desempenho destes, quer na tomada de decisões, quer no planeamento do seu próprio processo de ensino.

 

Pergunta 3: – Outros defendem que a revogação dos programas e das metas curriculares constitui uma resposta para lidar com o desinteresse e a indisciplina dos alunos?

RELAÇÃO PEDAGÓGICA – O ALUNO NO CENTRO

Tudo o que foi dito anteriormente, tem como centralidade a melhoria do sucesso educativo, uma escola mais inclusa, o combate ao abandono e ao desinteresse que tem, como todos sabemos, múltiplas implicações psicossociais, socioeconómicas, socioculturais, etc.

No que respeita aos desafios do currículo, que é o nosso tema, trata-se de lidar com o desinteresse e a indisciplina dos alunos através de respostas de âmbito curricular com profundos fundamentos psicopedagógicos.

Com Rousseau (1763) iniciou-se uma revolução pedagógica, a criança com o seu “espírito absorvente”, o seu dinamismo psicológico, o seu processo desenvolvimento, o seu equilíbrio funcional e a originalidade do seu pensamento, passa a constituir o objeto da educação.

Toda a educação será para e pela criança, devendo ser ela o centro de todo o esforço pedagógico, o princípio e o fim de todos os esforços e de todos os atos educativos.

Os estudos de Piaget preconizam a ideia de que cada um de nós tem as suas próprias estruturas mentais, que cada um aprende à sua maneira, ao seu ritmo e tem as suas próprias necessidades de aprender (cada novo conhecimento insere-se numa estrutura mental prévia modelada pela experiência…). A interação com o aluno para compreender a sua realidade e adaptar a ação às suas necessidades, tornando as aprendizagens mais significativas, intencionais e concretas, pressupõem um maior envolvimento e interesse dos alunos pelas aprendizagens.

A relação íntima entre estes dois mundos, segundo os estudos de Piaget e outros psicólogos, é determinada também por um processo de adaptação. Neste processo Piaget aponta duas atividades inter-relacionadas: incorporação, ou seja, apropriação dos estímulos do meio e acomodação, isto é, integração no meio.

É assim, que pela atividade a criança assimila o mundo exterior e acomoda-se a esse mundo para, deste modo, estabelecer entre ele e o mundo estádios de equilíbrio cada vez mais estáveis. Por este sistema de implicações a criança vai estruturando um conhecimento cada vez mais adequado à realidade.

Pelos resultados dos estudos de Piaget ficamos a ter a certeza de que cada criança tem as suas próprias estruturas mentais, que cada uma delas aprende à sua maneira, ao seu próprio ritmo. Podemos, assim, apontar alguns princípios que norteiem a educação em geral, e a educação artística em particular:

  • Colocarmo-nos no lugar da criança para descobrir a sua maneira de pensar;
  • A criança tem que manipular coisas, pois necessita de atuar sobre o seu desenvolvimento;
  • A criança aprende melhor se um facto novo for suficientemente familiar para que possa ser assimilado nas estruturas que possui;
  • Se as estruturas cognitivas são diferentes nos vários estádios, e este não coincide com os níveis etários será difícil implicar todas as crianças no mesmo assunto da mesma maneira;
  • Proporcionar experiências físicas relevantes que promovem o crescimento intelectual;
  • Respeitar a evolução gráfica da criança, o mundo plástico da criança tem valores e leis particulares, características próprias segundo as fases da sua evolução.

 

Pergunta 3.1: – Como é que se consegue que em projetos de natureza interdisciplinar, as atividades artísticas não sejam secundarizadas?

COMO TRABALHAM OS PROFESSORES

As disciplinas desta área curricular, pela sua própria natureza, promovem a integração disciplinar e, como tal, constituem-se polo aglutinador de temáticas curriculares.

Por outro lado, o conhecimento dos programas das outras disciplinas podem dar primazia na definição do ponto de partida dos projetos que não podem, como alguns pretendem, ser planificações pré-determinadas pelos professores, sem o envolvimento dos alunos.

Mas, é a forma de trabalho dos professores, a formalização do trabalho (burocracia), o trabalho cooperativo (foco no produto), etc. que secundariza disciplinas e professores.

Só com o trabalho colaborativo é possível caminhar em conjunto no processo de desenvolvimento de um projeto.

(A própria dignificação da disciplina passa por definição de fronteiras sobre o envolvimento das Artes no seio das escolas. Um mau exemplo são as encomendas decorativas para épocas festivas).

 

Pergunta 3.2: – Não se corre o risco das ‘Aprendizagens Essenciais`, no caso dos 2º e 3º ciclos, estarem na origem de projetos onde se repetem conteúdos?

CRITÉRIOS PARA A GESTÃO DAS APRENDIZAGENS

Como se disse anteriormente, os princípios concetuais de abertura e flexibilidade, assim como, os pressupostos metodológicos, conduzem a uma maior responsabilização dos professores na gestão dos saberes, visando o alargamento progressivo e integrado das aprendizagens dos alunos nos diferentes ciclos de estudo da escolaridade obrigatória (gestão vertical dos “conteúdos”).

Cabe aos professores e ao trabalho colaborativo desenvolvido pelas estruturas intermédias a gestão das aprendizagens (conteúdos) no sentido do aumento gradual das dificuldades a vencer, de uma exigência progressiva, tendo em conta os níveis que o diferente desenvolvimento dos alunos permitir. Nessa gestão, devem prevalecer os critérios de relevância (significativo e motivador), adequação (contextos e formativos), equilíbrio (artística, tecnológica …), continuidade (articulação vertical) e integração (articulação horizontal).

Na gestão das aprendizagens (conteúdos) o professor regista as experiências de aprendizagem ao longo do ano (“Dossier da Turma”) de modo a evitar uni lateralizações e sobreposições inúteis ou lacunas graves.

Este é um velho problema já previsto nos programas de 1991. Semelhante à caderneta do aluno, no Dossier da Turma o professor regista as experiências de aprendizagem ao longo do ano de modo a evitar uni lateralizações e sobreposições inúteis ou lacunas graves. Afinal, trata-se do registo da progressão e consolidação das aprendizagens estruturantes a adquirir ao longo da escolaridade – os Domínios Organizadores, a Comunicação Visual e os Elementos da Forma.

 

Pergunta 3.4: – Como desenvolver projetos mais ambiciosos com um tempo letivo tão diminuto?

“O MEDO” – PLANOS OU MATRIZES CURRICULARES

A História das artes e as técnicas nos planos curriculares confrontaram-se sempre com os dilemas da evolução do sistema educativo português (SE):

  1. O papel da escola na estratificação social e a democratização do ensino (ensino dual vs ensino unificado).
  2. A perda sucessiva de tempo curricular com o aumento da escolaridade obrigatória.
  3. A prevalência nos planos curriculares da cultura humanística e científica vs cultura artística.
  4. A representação social dos pais na escola.
  5. Os recursos humanos necessários ao SE e a formação dos professores (…)

Quadro I – Evolução da carga horária/nº de docentes na área artística e tecnológica

 

Reforma/Ano Disciplina (s)/Tempos letivos semanais Nº de docentes  
 

Reforma curricular do Ciclo Preparatório e do Ensino Unificado

(1974)

 

 

14 tempos

 

Educação Visual – 3 Tempos

 

1 Docente

 

 

2ºCEB

Trabalhos Manuais – 4 Tempos 2 Docentes
Educação Visual – 3 Tempos 1 Docente  

3ºCEB

Trabalhos Oficinais – 4 tempos 2 Docentes
 

Reforma de Reorganização curricular e alargamento da Escolaridade Básica

(1989)

8+2 tempos

Educação Visual e Tecnológica – 5 Tempos 2 Docentes  

2ºCEB

Educação Visual – 3 Tempos 1 Docente  

3ºCEB

Educação Tecnológica (Opcional) – 2 Tempos 1 Docente
 

Reorganização Curricular do Ensino Básico

(2001)

9 tempos

Educação Visual e Tecnológica – 4 Tempos  

2 Docentes

 

2ºCEB

Educação Visual – 3 Tempos 1 Docente 3ºCEB
Educação tecnológica 2 Tempos 1 Docente
 

Proposta base da revisão da estrutura curricular

(2012)

 

 

 6+2 tempos

Educação Visual – 2 Tempos   1 Docente  

2ºCEB

Educação Tecnológica – 2 Tempos   1 Docente
Educação Visual – 2 Tempos 1 Docente  

3ºCEB

Educação Tecnológica (Oferta de Escola) – 2 Tempos   (1 Docente)
 

 

Proposta matrizes curriculares, autonomia e

flexibilidade curricular

(2016)

 

 

6+4 tempos

Educação Visual – 2 Tempos   1 Docente  

 

 

2ºCEB

Educação Tecnológica – 2 Tempos   1 Docente
Complemento da Área Artística – 2 tempos   (1 Docente)
Educação Visual – 2 tempos 1 Docente  

3ºCEB

Educação Tecnológica (Oferta de Escola) – 2 Tempos   (1 Docente)

A educação integral para todos, uma das razões de ser da escola pública, exige o desenvolvimento de uma literacia artística e tecnológica capaz de promover o desenvolvimento de todas as potencialidades do ser que habita a criança, ao mesmo tempo que promove o desenvolvimento das competências necessárias para uma cidadania ativa e empenhada, desenvolvidas desde sempre na Área da Educação Artística e Tecnológica.

A longa luta que a APEVT mantém pela Expressão Plástica no 1.º CEB, pela disciplina de Educação Visual e Tecnológica no 2.º CEB e pela Educação Visual e a Educação Tecnológica no 3.º CEB consubstancia-se em razões de ordem histórica, psicopedagógica e na afirmação do papel estruturante desta área curricular na escolaridade obrigatória.

 

© Carlos Gomes, 2021

 

_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

[i] in Organização Curricular e Programa, 1991, 2º CEB, vol.1 aprovado pelo Despacho n.º 124/ME/91 DETERMINA A APLICAÇÃO GENERALIZADA AO 2 ANO DO 1 CICLO DO ENSINO BASICO DOS PROGRAMAS APROVADOS PELO DESPACHO 139/ME/90, DE 1 DE SETEMBRO E APROVA OS PROGRAMAS DAS DISCIPLINAS QUE INTEGRAM OS PLANOS CURRICULARES ESTABELECIDOS PARA O 2 E 3 CICLOS DO ENSINO BASICO E PARA O ENSINO SECUNDÁRIO.

[ii] Despacho n.º 5306/2012, determinou que o Currículo Nacional do Ensino Básico — Competências Essenciais deixasse de se constituir como documento orientador do Ensino Básico reformulação das Metas Curriculares  como uma referência fundamental no ensino.

[iii] Decreto-Lei n.º 55/2018 Estabelece o currículo dos ensinos básico e secundário e os princípios orientadores da avaliação das aprendizagens

[iv] DESPACHO n.º 6605-A/2021 : Procede à definição dos referenciais curriculares das várias dimensões do desenvolvimento curricular, incluindo a avaliação externa. — Constituem -se como referenciais curriculares

  1. a) O Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, homologado através do Despacho n.º 6478/2017, de 9 de julho;
  2. b) As Aprendizagens Essenciais, homologadas através dos Despachos n.os 6944 -A/2018, de 18 de julho, 8476 -A/2018, de 31 de agosto, 7414/2020, de 17 de julho, e 7415/2020, de 17 de julho etc

OFERTA DE FORMAÇÃO 2022

PLANO DE FORMAÇÃO 2022 

(CLIQUE PARA VER PLANO EM SWAY)

Descrição do Plano de Formação CF.APEVT e da APEVT.Madeira 2.º Semestre

 

Formação ON-LINE

2º Semestre Jan/Jun

 

 

Conteúdo

 

 

Datas/Horários

 

 

Formador

 

 

1.    “O DIÁRIO GRÁFICO: ferramenta didática promotora de criatividade no ensino da Área Artística e Tecnológica” – 25H   acreditadas

 

Registo: CCPFC/ACC-109035/20

Modalidade: Curso de Formação

Destinado a: Professores dos grupos 240, 530 e 600

 

– Abordagem a diferentes autores

– Urban Sketchers

– Materiais necessários

– Conteúdos programáticos – Aprendizagens Essenciais;

– Construção de diário gráfico indutores de diferente abordagem didática;

– Personalização do diário gráfico;

– Visitas de estudo / trabalho de campo (desenho no exterior)

– Experimentação de técnicas e materiais de expressão:

 

25 de Janeiro e

1, 8, 15 de Fevereiro e 8 de Março

 

3ª feira,  18:30/21:30hrs

 

Síncronas: 3H, 3H, 3H, 3H, 3H  (15H)

Assíncronas:   3H, 3H, 4H         (10H)

 

 

 

 

 

Carla Cardoso

 

2.    “A ILUSTRAÇÃO: a interação textual-icónica na narrativa visual – 25H acreditadas

 

Registo: CCPFC/ACC-109025/20

Modalidade: Curso de Formação

Destinado a: Professores dos grupos 240, 530 e 600

 

– Definição e contextualização histórica/prática da Ilustração.

– Géneros de ilustração, articulação texto/imagem.

– Análise do trabalho de alguns ilustradores

– O caso do livro-imagem;

– A criação de narrativas visuais sem texto

– A articulação texto/imagem;

– Expressão gráfica relação a palavra com a imagem;

– Produção gráfica (digital, serigráfica, pop-up, colagem, etc.

 

29 de Janeiro, 12, 26 de Fevereiro

 e 26, Março

 

Sábado, 9:00/13:00hrs

 

Síncronas: 4H, 4H, 4H, 3H   (15H)

Assíncronas:   3H, 3H, 4H    (10H)

 

 

 

 

Marco Taylor

 

 

3.    ILUSTRAÇÃO DIGITAL: as TIC no desenvolvimento de qualidades comunicacionais e expressivas para as práticas pedagógicas” – 25H acreditadas

 

Registo: CCPFC/ACC-107908/20

Modalidade: Curso de Formação,

Destinado a: Professores dos grupos 240, 530 e 600

 

 

– Definição e funções da ilustração, enquanto arte, serviço e componente.

– A transição de técnicas tradicionais para técnicas digitais nos diferentes géneros de ilustração.

– Exploração prática em contexto educativo: experiências de aprendizagem.

– Exploração de softwares educativos (Adobe Photoshop).

 

19, 26 de Fevereiro e

5, 19 de Março

 

Sábado, 9:30/13:30hrs

 

Síncronas: 4H, 3H, 4H, 4H,  (15H)

Assíncronas:   3H, 3H, 4H   (10H)

 

 

 

 

 

Sónia Guedes

 

   
 

4.  “A IMAGEM ANIMADA como forma de comunicação” – 25H  acreditadas

 

Registo: CCPFC/ACC-109033/20

Modalidade: Curso de Formação

Destinado a: Professores dos grupos 240, 530 e 600

 

 

– Introdução aos princípios básicos da imagem em movimento. As técnicas de cinema de animação, os softwares e restantes materiais necessários

– As técnicas: rotoscopia, pixilação, animação com areia, recortes, plasticina.  Programas de captura e de edição áudio e vídeo; tipos de ficheiros; problemas e soluções;

– Realização de um filme de animação, com utilização de softwares gratuitos. Realização de storyboards e montagem do vídeo

 

 8, 15, 22, 29 de Março e 19 de Abril

 

Terça-feira, 18:30/21:30hrs

 

Síncronas: 3H, 3H, 3H, 3H, 3H  (15H)

Assíncronas:   3H, 3H, 4H         (10H)

 

 

 

João Católico

5.    “A CRIATIVIDADE na Área Artística e Tecnológica: métodos e técnicas promotoras de pensamento criativo em ação” – 25H acreditadas

Registo: CCPFC/ACC-109034/20

Modalidade: Curso de Formação

Destinado a: Professores dos grupos 240, 530 e 600

 

 

– Conceito de Criatividade: Breve evolução do conceito;

– Perspetiva de “pequeno C” da Criatividade.

– Características e necessidades da sociedade atual, as 4Cs;

Interseções entre Criatividade e Educação;

– Desenvolvimento das capacidades criativas nas crianças e jovens. Bloqueio e potencialidades;

– O papel dos professores neste processo. Análise sistémica da criatividade.

–  Técnicas e estratégias do pensamento criativo.

 

5, 12, 19, 26 de Março e 2 Abril

 

Sábado, 10:00/13:00hrs

 

Síncronas: 3H, 3H, 3H, 3H, 3H  (15H)

Assíncronas:   3H, 3H, 4H         (10H)

 

 

 

 

 

Carla Pereira

 

6.    ARTE e EDUCAÇÃO: metodologias de

observação da obra de arte -30H acreditadas

 

Registo: CCPFC/ACC-112787/21

Modalidade: Oficina de Formação

Destinado a: Professores dos grupos 110, 240

 

–  Análise da obra de arte segundo alguns autores.

–  Visita ao museu, (físico ou virtual), reflexão sobre a aprendizagem artística que suscita uma abordagem interdisciplinar. Construção de recursos pedagógicos.

– Releitura das obras de arte: Expressão, comunicação e representação visual.

–  Experiências de exploração e manipulação de técnicas e materiais.

– Gestão da operacionalização do projeto a concretizar em contexto de sala de aula.

 

24, 31 de Março,

21, 28 de Abril e 19, 26 de Maio

 

5ª feira,  17:00 e 18:00/20:00hrs

 

Síncronas: 2H, 3H, 2H, 3H, 2H, 3H  (15H)

Trabalho autónomo:   (15H)

 

 

 

 

Carmo Afonso

 

7.    “ANIMAÇÃO em STOP MOTION” – 25H

 

 

Registo: CCPFC/ACC

Modalidade: Curso de Formação

Destinado a: Professores dos Grupos 240, 530 e 600

 

– Noções básicas da linguagem de animação

– Construção de um flipbook

– Introdução à técnica de Stop Motion Aplicativos para realizar animações com a técnica de Stop Motion

– Como usar o aplicativo Studio Stop Motion no smartphone

– Desenvolvimento de exercícios de animação com diferentes materiais

– Criação de um projeto de animação: seleção do tema/história, storyboard, personagens, cenário e edição de imagem.

 

26 de Abril e

3,10,17 de Maio e 7 Junho

 

3ª feira,  18:30/21:30hrs

 

Síncronas: 3H, 3H, 3H, 3H, 3H  (15H)

Assíncronas:   3H, 3H, 4H         (10H)

 

 

 

 

 

Carla Cardoso

 

8.    “O LIVRO COMO OBJETO DE ARTE”- 25H

       acreditadas

 

Registo: CCPFC/ACC-109028/20

Modalidade: Curso de Formação

Destinado a: Professores dos grupos 240, 530 e 600

 

– A construção de um livro em contexto escolar.

– Perspetiva histórica. O livro de artista. Anatomia de um livro.

– Análise das várias tipologias de livros: pop-up, álbum ilustrado, livro sem palavras/livro-imagem, perfurados, com abas, etc.

– A importância da narrativa: ficção, não ficção, poesia, fábula, informativos, foto livro, entre outros.

– A ilustração, estilos e a relação entre o texto e a imagem.

– Métodos de reprodução, impressão e encadernação

 

 

30 de Abril e 7, 14, 21 de Maio 

 

Sábados. 9:00/13:00hrs

 

Síncronas: 4H, 3H, 4H, 4H  (15H)

Assíncronas: 3H, 3H, 4H     (10H)

 

 

 

 

Elisabete Brás

 

Formação PRESENCIAL

2º Semestre Jan/Jun.

 

 

Conteúdo

 

 

LOCAL

Datas/Horários

 

 

Formador

 

 

9.    Expressão Plástica no Pré-Escolar e 1.º CEB – 26H acreditadas

 

Registo:  CCPFC/ACC-104709/19

Nº de horas acreditadas: 26hrs (13hrs autónomas)

Modalidade: Oficina de Formação

Destinatários. Professores dos  grupos 100, 110

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

– Oferta individual de materiais de desenho e pintura,

(parceria Apevt / Faber Castell ).

 

 

– Orientações Curriculares. Aspetos pedagógicos e metodológicos.

– Etapas de evolução do desenho na criança.

–  Expressão, comunicação e representação visual.

– Realização de Desafios de desenho e exploração materiais com abordagens criativas (técnicas surrealistas e  de pensamento divergente).

– Propriedades, características, e modos de utilização, de materiais (de desenho e pintura) mais tradicionais (carvão vegetal e mineral, grafite e corantes), presentes nos pastéis,  lápis e aguarelas.

– Desafios em diferentes suportes, monotípia / simetria / técnicas de impressão e raspagem, etc.

Manipulação de materiais inovadores e sua correta aplicação em cartão, madeira, azulejo, etc…

 

– Proposta de trabalho autónomo em contexto de sala de aula.

– Partilha e apresentação do projeto realizado.

 

 

 

 

 

AÇORES*EBI Canto da Maia

 

 

 

AVEIRO

(escola a designar)

 

BRAGA

(EB Dr Francisco Sanches )

 

PORTO  AE Padrão da Légua Matosinhos

 

VISEU

(escola a designar)

 

 

LISBOA EB Francisco de Arruda, Alcântara

 

 

FARO  EB 2,3 Dr. Joaquim Magalhães

 

 

MADEIRA**

(escola a designar)

 

15 de janeiro

2ªsessão

(sábado, 10:00/13:00hrs-14.00/17.30hrs)

 

12 de Fevereiro e

12 de Março

(sábado, 10:00/13:00hrs-14.00/17.30hrs)

 

«       »

 

 

«       »

 

 

«      »

 

23 de Abril e

21 de Maio

(sábado, 10:00/13:00hrs-14.00/17.30hrs)

 

12 de Março e

23 de Abril

(sábado,10:00/13:00hrs-14.00/17.30hrs)

 

28 de Fevereiro e

2 de Março

(sábado,10:00/13:00hrs-14.00/17.30hrs)

 

Iva Neves,

 

 

 

 

Sónia Santos

 

 

 

Manuela Bigote

 

 

 

 

Iva Neves

 

 

Carlos Gomes

 

 

Carlos Gomes

 

 

 

 

Marco Taylor

 

 

 

 

Adriana Xavier

 

10.Educação Artística e Tecnológica no 2.º, 3.º CEB – 26H acreditadas

 

Registo:  CCPFC/ACC-104708/19

Nº de horas acreditadas: 26hrs (13hrs autónomas)

Modalidade: Oficina de Formação

Destinatários. Professores dos  grupos 240, 600 e 530

 

 

 

 

 

* Inscrições Delegação APEVT- Açores

** Inscrições Plataforma Interagir – RAM

 

OUTRAS AÇÔES NESTE SEMESTRE  

(que, logo que possível, colocaremos em oferta)

 

 

 

 

 

WORKSHOP e WEBINAR (6H)

 

“TEMOS o Perfil dos Alunos,  as Aprendizagens Essenciais E AGORA?”

 

CURSO PRESENCIAL (25H)

 

“MTEP II: Materiais e Técnicas de Expressão Plástica – Objetos escultóricos “

Destinatários. Professores dos  grupos 240, 600 e 530

 

OFICINAS PRESENCIAL  (30H)

 

EXPRESSÕES  D’ARTE: interligações entre o português e a expressão plástica”

Destinatários. Professores dos  grupos 100, 110 e 240

 

“ARTMAT: interligações entre a matemática e a arte”  – em processo de acreditação

Destinatários. Professores dos  grupos 110, 230 e 240

 

 

 

 

 Plano de Formação da Delegação Regional RAM – 2.ºSemestre

As inscrições das Ações de Formação e as Oficinas validadas pela DRE, são feitas na Plataforma Interagir, e atempadamente serão divulgados os prazos de

inscrição em  https://www.facebook.com/apevtmadeira

 

 

                    Acão de Formação

                Oficina de Formação   

 

                  Conteúdos

 

 Local               

 

Datas/Horários

 

 

Formador

 

 

 EDUCAÇÃO ARTÍSTICA E TECNOLÓGICA: PRÁTICAS INDUTORAS DE SUCESSO

 

Registo: ITG-1988.3164/21 – Plataforma Interagir RAM

Modalidade: Oficina de Formação

Destinatários. Professores dos grupos:

110, 240; 530; 600

 

Horas: 26Hrs (13Hrs presenciais + 13Hrs de trabalho em contexto de sala de aula)

 

Parcerias: APEVT & Faber Castell

EB/PE S. António e Curral das Freiras

Nota: Prof.s da EB/PE de S. António – 20 €

Sócios da APEVT Madeira – 15 €

Não sócios – 35 €

 

 

– Análise das orientações curriculares.

– Propriedades, características, e modos de utilização, de materiais (de escrita, desenho e pintura) mais tradicionais (carvão vegetal e mineral, giz, grafite e corantes), presentes nos lápis e aguarelas.

– Exercícios de aplicação em diferentes suportes.

– Exercícios de monotipia / simetria. Técnicas de impressão e raspagem.

– Proposta de trabalho em contexto de sala de aula.

 

 

 

 

EB/PE

S. António e Curral das Freiras

 

 

 

Sala 203

 

(Carnaval)

28 de Fevereiro

9h às 14.00h

 

2 de março

14h às 18.30h

 

30 de abril

9h às 12,30h

 

Presencial: 13Hrs

(5hrs, 4,5hrs, 3,5hrs)

 

Trabalho autónomo em contexto sala aula: (13hrs)

 

 

 

 

Adriana Fernandes

 

 

 

Carmo Afonso

 

ROBOTICANDO…    

                                                                                       

Registo:  A aguardar validação da DRE

Modalidade: Curso de Formação

 

Destinatários. Professores dos grupos:

100; 100.EE;110; 110.EE; 140; 240; 530; 600

 

Horas: 15Hrs

Nota: Sócios: 15€

Não sócios: 35€

 

– Operadores tecnológicos: Operadores de regulação, correção e funcionamento;

– Estruturas: Perfis e características mecânicas das estruturas resistentes;

– Fabricação e construção: Uniões fixas, móveis e articuladas;

– Acumulação e transformação de energia: Operadores elétricos; Transformações básicas entre as distintas formas de energia (mecânica, elétrica e química);

– Design de produto: Interdisciplinaridade do design; A forma e a função no design de produto; Responsabilidade e design sustentável.

 

 

 

 

EB 2/3 Dr. Horácio Bento de Gouveia

 

 

 

 

Sala 116

 

 

 

 

23 abril

9h às 14h

 

 

30 abril

14h às 19h

 

 

7 maio

9h às 14.00h

 

 

 

 

 

 

Carla Quintião

 

 

Damasceno Pereira

 

OS FIOS TEXTEIS E OS

PERCURSOS ARTÍSTICOS

 

Registo:  A aguardar validação da DRE

Modalidade: Curso de Formação

 

Destinatários. Professores dos grupos:

100; 100.EE;110; 110.EE; 140; 240; 530; 600

 

Horas: 15Hrs

Nota: Sócios: 15€

Não sócios: 35€

 

 

– Perspectiva histórica: a tapeçaria na história da arte

– Mostra e experimentação de diferentes técnicas e instrumentos de transformação das fibras têxteis: o tecido artesanal, o industrial e o decorativo

– Do fio ao tecido: tafetá, sarja e cetim:

– A tapeçaria tecida como forma de arte decorativa

– Análise, reinterpretação e/ou desconstrução de uma obra de arte

– Entre linhas: artes visuais, artesanato e design

– Pintura de cartões para aplicação do trabalho têxtil final.

– Criação de uma tapeçaria como forma de arte.

 

 

 

 

EB 2/3 Dr. Horácio Bento de Gouveia

 

 

 

 

Sala 117

 

 

 

 

 

14, 21 e 28 maio

 

9h às 14.00h

 

 

 

 

 

 

Adriana Fernandes

 

 

 

Paula Ferreira

 

O LIVRO COMO OBJETO DE ARTE

 

Registo:  A aguardar validação da DRE

Modalidade: Curso de Formação

 

Destinatários. Professores dos grupos:

100; 100.EE;110; 110.EE; 140; 240; 530; 600

 

Horas: 25Hrs

Nota: Sócios: 20€

Não sócios: 40€

 

– A construção de um livro em contexto escolar.

– Perspetiva histórica.  Anatomia de um livro.

– Análise das várias tipologias de livros: pop-up, álbum ilustrado, livro sem palavras/livro-imagem, perfurados, com abas, etc.

– O livro de artista.

– Da ideia à encadernação / Construção de um livro através de diferentes abordagens didáticas.

– A ilustração, estilos e a relação entre o texto e a imagem.

– Expressão, comunicação e representação visual, realização de exercícios de desenho e exploração plástica, conformação de materiais, aspetos estruturais e comunicacionais.

 

 

 

 

EB 2/3 Dr. Horácio Bento de Gouveia

 

 

 

 

Sala 117

 

 

 

12, 13 e 14 julho

 

9hrs | 13.00h

14.00h | 17.00h

 

15 julho

9h às 13.00h

 

 

 

Dina Mendes

 

 

 

 

Carmo Afonso