DIGNIFICAÇÃO DA ÁREA ARTÍSTICA E TECNOLÓGICA


 

Manifesto APEVT e o novo ciclo político.

Tendo em vista  a elaboração de um MANIFESTO pela dignificação das Artes Visuais, da Educação Visual e Tecnológica, da Educação Visual  e do Desenho nos currículos escolares, a APEVT  lança um INQUÉRITO aos seus associados e professores desta área. Este inquérito tem em vista fundamentar algumas das questões que a APEVT considera primordiais, perante decisões nefastas e disfuncionais de gestão curricular verificadas no universo escolar com repercussões na organização e gestão das aprendizagens dos alunos e no desempenho profissional dos professores. As respostas a estas questões, uma vez analisadas, constituem base reivindicativa para a melhoria das condições profissionais e de uma oferta pública de qualidade do ensino das artes e da tecnologia na escolaridade obrigatória.

Entre as questões que nos preocupam e que farão por certo, parte do manifesto tendo em vista o novo ciclo político que se avizinha, merecem destaque:

– Orientações Curriculares como referencial para a prática dos professores (Perfil do Aluno – PASEO e Aprendizagens Essenciais – AE) Entre 2017 e 2021 coexistiram como Orientações Curriculares as Metas Curriculares e as Aprendizagens Essenciais, dois modelos de ensino antagónicos (foco no produto e na matéria VS foco no processo e na ação). Esta situação levou a que as Metas Curriculares tivessem preponderância em detrimento das Aprendizagens Essenciais. Permanece a dúvida se, sobre o “grande chapéu” do PASEO, as AE devem ser organizadas em domínios do processo artístico, tal como estão, ou nos diferentes conteúdos estruturantes das disciplinas (p. ex. Comunicação Visual, Elementos da Forma, Percepção do Espaço, Meios de Expressão e transformação, etc.).

– Distribuição de serviço docente e lecionação das disciplinas A questão hoje tem novamente pertinência, uma vez que a gestão possível do currículo pode favorecer ou prejudicar a lecionação em conjunto das duas disciplinas (ou componentes da EVT). O que se verifica é a aceitação por parte de alguns professores da lecionação apenas a uma delas, o que prejudica o espírito de integração de EVT e a própria distribuição do serviço docente (maior número de turmas atribuídas ao professor). Também, a moda digital tem retirado tempos às disciplinas, assim como a falta de empatia com a ET por parte de muitos professores, assim como a criação de disciplinas designadas Artística …

– Gestão curricular  e a área artística e tecnológica no currículo As matrizes curriculares base estão organizados por componentes curriculares em Áreas Disciplinares (Línguas e Estudos Sociais/Ciências Exatas/Área Artística e Tecnológica) e Disciplinas.  As matrizes propõem a carga horária semanal para cada componente curricular (Área Disciplinar e Disciplinas). A carga horária das áreas disciplinares e disciplinas constitui um valor de referência, a gerir por cada escola, através da redistribuição dos tempos fixados nas matrizes, fundamentada na necessidade de encontrar as respostas pedagogicamente adequadas ao contexto da sua comunidade educativa. Isto significa que se pode distribuir os tempos  curriculares das áreas pelas disciplinas sem alterar ou subtrair tempos totais de cada área, nem suprimir disciplinas, desde que todas as alterações sejam fundamentos em termos científico pedagógico e não por interesses difusos.

– A lecionação em aulas especificas na área  artística e tecnológica nas escolas. Algumas escolas colocaram as  disciplinas em salas de aula residentes de cada turma, com o argumento de insuficiência de funcionários. A APEVT, já no contexto da pandemia, tomou a iniciativa de fazer chegar  às escolas e aos professores recomendações que assegurassem as aulas  práticas nos espaços específicos – salas oficina de EV e ET. Não se pode aceitar que em algumas escolas,  muitas com excelentes espaços e equipamentos,   não se proporcione aos alunos aprendizagens ativas em salas adequados com condições especificas à área artística e tecnológica.

No atual contexto político social, estas e outras questões merecem a nossa redobrada atenção.  Há setores da sociedade que o pensamento sobre o currículo não evoluiu: avaliar é fazer exames, ensinar é ter programas que só se cumprem pagando explicações, disciplina intui-se que seja expulsar alunos do sistema. Acentua-se  o desprezo por áreas como as ciências experimentais, as tecnologias, as artes ou a educação física e que, embora, o atual currículo  dê destaque ao conhecimento disciplinar aliado ao desenvolvimento de competências essenciais como o raciocínio, a resolução de problemas, o pensamento crítico, a criatividade, a autonomia ou a sensibilidade estética, etc. No essencial, é preciso defender e aprofundar foco na promoção do sucesso, mais autonomia e melhor gestão para as escolas, reforçar os meios materiais e humanos à disposição das escolas, reforçar a aposta na formação de professores e no rejuvenescimento da classe docente e da sua dignificação.

Neste sentido, agradecemos a resposta ao questionário (LINK em baixo) que, legitimará a nossa posição no futuro e  fortalecerá o património de reflexão e capacidade de intervenção na concretização e defesa da qualidade do ensino da área artística e tecnológica da escolaridade obrigatória.

LINK Questionário:

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSezpl-XR5yTon4-q5E5ksrcBNSjtR9k0mXZ-SIQaWvztLpYAg/viewform?fbclid=IwAR0Jq00RpMQT0_RzG4GeHYC_GJKhqHw4ykw07-uSa20p9eADCSJw5dagvwk