
A Educação Artísticas é, aparentemente, a única área que poderá mostrar alguma abertura em relação às humanidades e ao TRABALHO CRIATIVO, porque mesmo filosofia e história estão cada vez mais subtraídas do currículo. A arte não é neutra – A INVASÃO DIGITAL TIRA LUGAR AO ANALÓGICO, À MÃO, temos de perceber as repercussões da integração digital na educação. (exemplo dos danos ambientais de outras tecnologias)
DESENVOLVER A PERCEPÇÃO VISUAL CONSTRUINDO A SENSIBILIDADE ESTÉTICA
- A PERCEÇÃO pura da criança sem INFLUÊNCIA DE IMAGENS não existe realmente, uma vez que o nosso conhecimento informal vem através de imagens. É urgente o reconhecimento da importância do estudo da imagem no ensino da arte em particular e na educação em geral.
- Aquilo que a criança aprende baseia-se, sobretudo, naquilo que ela teve oportunidade de EXPERIMENTAR, estas experiências contribuem para o desenvolvimento de quadros de referência. É necessário fomentar uma visão contextual e uma PERCEÇÃO ANALÍTICA DAS QUALIDADES PARTICULARES DAS COISAS CONTROLANDO AS GENERALIZAÇÕES VISUAIS ou estereótipos percetuais que interferem frequentemente com a nossa perceção estética, Eisner
- A exploração SENSORIAL E AS PRÁTICAS EXPERIMENTAIS das possibilidades físicas do material e sua transformação: o que é resistente e o que é frágil; o que é redondo e o que é anguloso; o que é flexível e o que é rígido; o que é estático e é ou pode ser dinâmico. Ao PERCECIONAR a consistência, o peso, a forma, a cor, o movimento do OBJETO, a criança adquire um conhecimento global que motiva e enriquece a expressão pessoal, que se revela em tudo o que faz e experimenta.
- Ao MANIPULAR OBJETOS, a criança não só explora relações lógicas de causa e efeito, e de forma e função, como põe em prática as explorações plásticas que utilizam intencionalmente os elementos visuais em articulação com os instrumentos específicos do mundo técnico e da ação sobre ele.
…e se retomássemos o conceito da Bauhaus – A INTEGRAÇÃO dos ofícios tradicionais (como cerâmica, tecelagem e marcenaria) com a arquitetura,
artesanato, escultura, pintura e desenho industrial, através do desig
O CURRICULO DA ÁREA ARTÍSTICA.
A arte não é neutra – o conceito de educação e o seu currículo têm opções ideológicas. A escola do “ler escrever e contar” de CRATO que ao contrário da MEMORIZAÇÃO de matérias a escola deve proporcionar um desenvolvimento de competências que responda aos desafios colocados à sociedade, na formação de cidadãos aptos e autónomos capazes de pensar critica e criativamente.
- AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS (IM) – A teoria das inteligências múltiplas, de Howard Gardner, afirma que há mais de uma maneira de ser inteligente. Esta conceção supera a ideia da primazia da inteligência lógico-matemática e linguística como únicos parâmetros válidos. Fala-se de inteligência musical, linguístico-verbal, visual-espacial, intrapessoal, lógico-matemática, corporal sinestésica, interpessoal e naturalista. Estas inteligências devem ser levadas em consideração na hora de planear, já que cada indivíduo tem diferentes graus de desenvolvimento em cada uma delas e, portanto, é fundamental potencializar todas. Se programamos atividades a partir de cada uma das inteligências, adicionamos múltiplas oportunidades de aprendizagem a todos os alunos.
- INTEGRAÇÃO CURRICULAR e o trabalho em projetos que a própria natureza da área e das disciplinas favorecem programas abertos e flexíveis.
- O ESTIGMA DO ENSINO TÉCNICO E O AUMENTO DA ESCOLARIDADE existe o decréscimo de horas curriculares nos vários ciclos do ensino básico na Área Artística e Tecnológica. A História das artes e as técnicas nos planos curriculares confrontaram-se sempre com os dilemas da evolução do sistema educativo português (SE): – O papel da escola na estratificação social e a democratização do ensino (ensino dual vs ensino unificado); – A prevalência nos planos curriculares da cultura humanística e cientifica vs cultura artística; – Os recursos humanos necessários ao SE e a formação dos professores (…) Temos pela pela frente um longo percurso de afirmação curricular, tomemos nessa caminhada os sete pilares de Edgar Morin para uma cultura autónoma e de responsabilidade:
…prevenção do conhecimento contra o erro e a ilusão;…ensino de métodos que permitam ver o contexto e o conjunto, em lugar do conhecimento fragmentado;…o reconhecimento do elo indissolúvel entre unidade e diversidade da condição humana;…aprendizagem duma identidade planetária considerando a humanidade como comunidade de destino;…exigência de apontar o inesperado e o incerto como marcas do nosso tempo;…educação para a compreensão mútua entre as pessoas, de pertenças e culturas diferentes;… e desenvolvimento de uma ética do género humano, de acordo com uma cidadania inclusiva …”