A EDUCAÇÃO ARTÍSTICA

É hoje unanime para todos que a inclusão da Educação Artística nos currículos educativos é fundamental, uma vez que a arte introduz uma diferenciação qualitativa única que promove o acesso a uma visão singular da realidade e potencia o processo de complexificação das estruturas cognitivas. Ainda assim, a sua concretização e as suas múltiplas finalidades têm sido objeto de intenso debate. Este debate conduz a perguntas como:

– A educação artística destina-se a um núcleo restrito de alunos talentosos em disciplinas selecionadas ou é para todos?

– O ensino artístico deve acompanhar o percurso dos alunos nos doze anos de escolaridade ou não?

– A educação artística deve ser ensinada como disciplina virada para si própria ou virada para o conjunto de conhecimentos, capacidades e valores que pode transmitir ou ambas as coisas?

Apesar de persistirem estas e outras questões uma coisa é certa, todas as declarações políticas nacionais em matéria de educação realçam constantemente a importância da dimensão cultural e a necessidade de promover as aptidões artísticas e criativas dos jovens que nos escusamos aqui repetir.

Identificam-se duas abordagens de enquadramento da educação artística nos documentos de orientação nacionais e internacionais: uma área integrada das “artes” ou disciplinas artísticas separadas. As artes podem ser ensinadas como matérias de estudo individuais, através do ensino das várias disciplinas artísticas ou, como método de ensino aprendizagem em que as dimensões cultural e artística são incluídas em todas as disciplinas (dramatização ou música como método de ensino aprendizagem de línguas; as cores, formas e objetos originários das artes visuais para ensinar conhecimentos da física, biologia ou geografia, etc.). Esta duas abordagens podem ser aplicadas simultaneamente, não se excluindo mutuamente.

Entre os países europeus a concepção dos currículos artísticos varia muito: em cerca de metade, cada disciplina artística é tratada separadamente no currículo (por exemplo, música ou artes visuais) enquanto na outra metade, as disciplinas são tratadas em conjunto como uma área de conhecimento integrada. Porém, os mesmos estudos concluem que para que esta abordagem interdisciplinar produza efeito são necessárias mudanças nos métodos de ensino e na formação dos professores.

Sabemos que qualquer abordagem à educação artística deve ter como ponto de partida as culturas a que o educando pertence. No entanto, do ponto de vista pragmático é possível fazer uma sinalização das competências a incluir na área artística: comunicação, criatividade, processos artísticos, colaboração, pensamento critico, etc.. Sobre estas constantes, entre outros, deixamos aqui exemplos de alguns quadros didáticos.