Perto ou longe, a Educação é um direito!
Ponto prévio – O ensino à distância
Como é do vosso conhecimento a atual situação epidemiológica do país e do Mundo requer prevenção e atuação com serenidade e responsabilidade. Ainda não é totalmente conhecida a forma de infeção do COVID-19 e a sua transmissão na comunidade. Para minimizar os possíveis impactos inerentes a este vírus, tendo em conta as orientações da OMS e da DGS, o ME decidiu encerrar as escolas e implementar um plano de contingência de isolamento social.
Neste contexto, a APEVT junta-se ao movimento solidário que vive esta pandemia e responde à solicitação colaborativa da tutela para apoiarmos as escolas num modelo articulado à distância, de maneira que esta página electrónica se possa constituir como área de ligação direta e complementar ao site ” Apoio às Escolas” da DGE e dessa forma, melhor encaminhar os professores para recursos específicos ou orientações de cada área disciplinar.
Para tal, antes de mais, é necessário refletir sobre o modelo de ensino à distância por forma a garantir a aprendizagem a todos os alunos. Seria avisado que os professores pensassem na informação de retorno no uso das plataformas digitais para o ensino à distância e da entropia que pode causar a quem tem um elevado número de alunos. Para além disso, é discutível a calendarização de tarefas na casa dos cidadãos, assim como vulnerabilidade de jovens e crianças sem acesso a equipamentos ou sem conectividade que pode aprofundar as desigualdades sociais. Por tudo isto, devemos fomentar a diversidade de processos com “flexibilidade” e “empatia” nas tarefas a propor aos alunos por forma a garantir a aprendizagem para todos os alunos. Neste sentido, tomemos em consideração as recomendações da UNESCO:
- Analise a resposta e escolha as melhores ferramentas – Escolha as tecnologias mais adequadas de acordo com os serviços de energia eléctrica e comunicações da sua área, bem como as capacidades dos alunos e professores. Isso pode incluir plataformas na internet, lições de vídeo e até transmissão através da televisão ou rádio.
- Assegure-se de que os programas são inclusivos – Implemente medidas que garantam o acesso de estudantes de baixa renda ou com deficiências. Considere instalar computadores dos laboratórios da escola na casa dos alunos e ajudar com a ligação à Internet.
- Atente para a segurança e a proteção de dados – Avalie a segurança das comunicações online quando baixar informação sobre a escola e os alunos na internet. Tenha o mesmo cuidado quando partilhar esses dados com outras organizações e indivíduos. Garanta que o uso destas plataformas e aplicações não violam a privacidade dos alunos.
- Dê prioridade a desafios psicossociais, antes de problemas educacionais – Mobilize ferramentas que conectem escolas, pais, professores e alunos. Crie comunidades que assegurem interações humanas regulares, facilite medidas de cuidados sociais e resolva desafios que podem surgir quando os estudantes estão isolados.
- Organização do calendário – Organize discussões com os vários parceiros para compreender a duração da suspensão das aulas e para decidir se o programa deve centrar em novos conhecimentos ou consolidação de currículo antigo. Para organizar o calendário é preciso considerar as áreas afetadas, o nível de estudos, as necessidades dos alunos e a disponibilidade dos pais. Escolha metodologias de ensino de acordo com as exigências da quarentena evitando métodos de comunicação presencial.
- Apoie pais e professores no uso de tecnologias digitais – Organize formações e orientações de curta duração para alunos e professores. Ajude os docentes com as condições básicas de trabalho, como rede de internet para aulas por videoconferência.
- Mescle diferentes abordagens e limite o número de aplicações – Misture as várias ferramentas disponíveis e evite pedir aos alunos e pais que baixem ou testem demasiadas plataformas.
- Crie regras e avalie a aprendizagem dos alunos – Defina regras com pais e alunos. Crie testes e exercícios para avaliar de perto a aprendizagem. Facilite o envio da avaliação para os alunos, evitando sobrecarregar os pais.
- Defina a duração das unidades com base na capacidade dos alunos – Mantenha um calendário de acordo com a capacidade dos alunos se concentrarem sozinhos, sobretudo para aulas por videoconferência. De preferência, cada unidade não deve exceder os 20 minutos para o ensino primário e 40 minutes para o ensino secundário.
- Crie comunidades e aumente a conexão – Crie comunidades de professores, pais e diretores de escolas para combater o sentimento de solidão e desespero, facilitando a troca de experiências e discussão de estratégias para enfrentar as dificuldades.
Sugestões metodológicas
Neste momento particular é absolutamente imprescindível promover o ensino para a Área Artística e Tecnológica nos diferentes Ciclos de Estudo da Escolaridade Obrigatória, centrado no aluno e na inovação alterando velhas práticas, utilizando esta disrupção para implementar modos de trabalho pedagógico tendo como referência o “Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória” e as Aprendizagens Essenciais, criando assim condições para uma articulada ação promotora das 4Cs, isto é, das competências para o século XXI: Comunicação – Criatividade – Colaboração – pensamento Crítico e desta maneira, fortalecer os valores humanistas da sociedade e reforçar o papel das artes e da tecnologia na educação.
A APEVT ao apresentar propostas de trabalho que induzem a uma metodologia de trabalho investigativo ou de descoberta, sublinha que os caminhos de abordagem dos assuntos, temas, situações, desafios ou problemas diferem de aluno para aluno nos seus contextos e circunstâncias, não se podendo, por isso pretender pré-determinar todo o processo de ensino aprendizagem mas, ter presente um nível de abertura e flexibilidade programática. Assim, recomenda-se:
- Privilegiar tarefas curtas e com tempo para desenvolver a criatividade e o pensamento critico;
- Planear atividades de aprendizagem centradas em capacidades e não em conteúdos (não é aconselhável, pelo contrario, utilizar as Metas de Aprendizagem como referencial curricular);
- Os conteúdos (p. ex. de geometria; forma: cor; estrutura, etc.) nunca devem ser um fim, mas apenas meios para resolver desafios, situações e problemas propostos;
- Fornecer sempre alternativas analógicas para a realização dos trabalhos;
- Privilegiar unidades de trabalho que possam ser desenvolvidas através de portefólios temáticos, de acordo com o nível de desenvolvimento dos alunos, com formato digital ou analógico.
Propostas de RECURSOS organizadas por ciclos de estudo:
- Ver aqui as propostas para alunos do pré e 1.º CEB – Artes Visuais (Expressão Plástica)
- Ver aqui as propostas para os alunos do 2.º CEB – Educação Visual e Educação Tecnológica (EVT)
- Ver aqui as propostas para os alunos do 3.º CEB – Educação Visual e Educação Tecnológica (CAA)